quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

sobre o candelabro

O dia parava atordoado sobre a terra de chão firme. Muitas montanhas escaladas, muitos sonos sufocado e já se chegava a outra manhã, não menos apressada. Nem sequer recolhia os pedaços sobrados do dia anterior, tava tudo ali, acumulado, pedaços e pedaços de desculpas não dadas, de frases pela metade, ou de frases que foram soletradas alem do que era pra se dizer. Rotina, trabalho, relacionamento, amigos, comida, bebida, mas o que mais me pesava era as mãos de Deus, leves de cima pra baixo, leves d’ele pra mim, mas para mim, na minha vida, palmas, socos e adeus. O que eu queria de fato, era me agarrar no abraço, que nunca, em nenhum segundo sequer, me afrouxasse de Deus.



Ouvia as pisadas. Alarme falso, Deus não chegava nunca! Chegava a suar de tanta suplica! Gritava por todos os lados, cada hora em uma parte diferente da casa. No quarto, na sala, desesperada procurando lugar. Corria por todos os cantos, subia no telhado, o chão estava abrindo. E me via caindo a metros e metros abaixo. Gritava, gritava. E nada de Deus aparecer. Será que não ouvia? Ou será se minha vida, sufocada de palavras, não me permitia escuta-lo?

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