sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cheguei ao colégio, sempre em cima da hora, derrubando o caderno no chão, recuperando as folhas de papel atiradas por todos os lados, ergui a cabeça e continuei andando, falei um “oi” apressado pro zelador, entrei na sala, sentei na cadeira e continuei com a bolsa carteira em volta de mim (engraçado que todos perguntavam o porquê disso, eu não largava minha bolsa pra encostar-me na cadeira por nada no mundo). Abri o caderno e dei de cara com duas letras garrafais rabiscadas dentro de um coração, eu nem recordava quando tinha desenhado aquilo. Ver a letra “D” do seu nome do lado do meu me fez voltar no último dia que dei de cara com você no corredor, não que fosse fácil te esquecer, ou ter que fazer esforço pra lembrar. Lembro que arrisquei um “oi” encabulado, era incrível como você não precisava dizer nada, seus olhos diziam tanto, era estranho, nunca conheci olhos mais vivos em nenhuma outra parte do mundo. Não que eu tivesse ido longe, só algumas cidades na mesma região que a minha. Bem, voltando aos seus olhos, não havia nada que eu pudesse lembrar, ou ver, senão aquele pedaço de mundo redondo e brilhante. A vida parecia isso, minha vida girava em torno das suas pupilas, pálpebras, Íris, ou qualquer coisa que tivesse ligação com seus olhos castanhos. Trocar um “oi” com você, te ver no intervalo, esperar a aula acabar, esbarrar com você na hora da saída, esperar pela manhã seguinte, e te ver de novo, meus dias se resumiam a isso, te ver, pensar em te ver, sonhar em ficar com você, e qualquer coisa que tivesse ligação entre nós, que fosse mais que a primeira letra do meu nome do lado da sua num papel antigo que eu mesma escrevi. Até que voltei ao planeta terra com o berro do professor de matemática (era típico da minha parte andar sonhando com você e ser surpreendida por alguém). Nessa manhã eu preferia não ter ido pra escola, preferia passar o resto da vida abraçando o travesseiro, preferia ter acordado com dor na barriga, ter sido internada num hospital, preferia ter perdido o ônibus, caído na lama, rasgado o tênis, qualquer coisa no mundo que não fosse correr as 09h30min da manhã pra dar de cara com seu rosto perfeito, e ser surpreendida tendo que desmontar todas as histórias lindas e perfeitas que imaginei sobre nos dois, e que se estraçalharam entre sua mão segurando a dela, e o beijo que ela te deu. E as partes vivas que restaram de mim se resumiram apenas as minhas anotações manchadas no caderno com as lágrimas que agora, era a única coisa que selava o “eu e você”.


ESSE TEXTO É MERAMENTE FICTÍCIO!!!! ;)

domingo, 6 de fevereiro de 2011


Pra mim, ou é "tudo" ou "nada", já tive muitos meios que não me valeram de naada ..!
 
Espelho.... Design by Exotic Mommie. Illustraion By DaPino