segunda-feira, 10 de agosto de 2009

não . . .

Não quero me unir a tua solidão
Desejo vão de se perder
Não quero enaltecer no preto, vazio.
Mas tu dizes que há beleza na nostalgia
-mero engano, todos sabem!
Dizes que no preto há tudo:
Coloridos se misturam, cores se unem, se embebedam de tantos tons.
Até que se descobrem escuros, sozinhos, fortes.
A solidão entende, já se concluiu!
-‘não vale a pena!’ ou ‘é sempre que se descobre assim no fim, só em si.'
Dizes que é preciso se acostumar. . .
Com o silêncio externo, o grito interno, a multidão aparente, o só em si.
Dizes que são falsos, sempre a fim de um interesse oculto, e depois, o fim.
Não! Não quero me unir a tua solidão.
Assim descobriria que minha presença é falta, é falha.
Não quero a tua solidão.
Destruiria o teu silêncio, a tua cor talvez, o teu vazio. . .
De tanto branco se clarearia pro cinza.
Destruiria a tua falta, a tua arma.
Não quero a tua solidão, ela é tua, tua escolha. . . um receio, e não me caberia, tu não me aceitaria, já não seria solidão
Então. . .
Se vão. . .
Em vão. .


só-lhe-dão
.
.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

noite do dia.

Hoje é noite, mas não importa se for noite ou dia
Agonia.
toda noite é assim.
Não importa como são as noites
Não importa como vem,
mansa ou sem aviso.
Se é noite, sempre é do dia.
Mas a noite, parte o dia.
Me parte
Em duas.
Tornando cada parte
vazia.

-

Eu necessito de inspiração,

noite, claro, escuridão

com tanto que eu sinta.

Eu necessito ver o sol saindo, no mesmo instante que ele saia

Eu necessito sentir o escuro, eu necessito da paz

Dessa paz que não precise enxergar

Eu necessito de qualquer coisa que me inspire, que transpire inspiração

Eu preciso da paz aguda, que me deixe livre

De qualquer liberdade que me faça sentir

Com tanto que sirva

Eu necessito encontrar qualquer coisa que me encontre

Eu necessito quebrar esses espelhos, esses refletores, esses retrovisores

Para que assim, possa enfim, me ver

Eu preciso de união, da guerra da paz, de encontrar dois. Unidos, vencendo, a dúvida do que a gente busca,

De todas essas coisas que se encontram, no exato momento que se encontrem.

domingo, 14 de junho de 2009

a vida e o invisível

Mil horizontes misturados em meus olhos, com os grãos e poeiras.
É tudo incerto aqui. . .
As vontades se perdem. . .as pessoas se encontram e ficam mais perdidas.
A realidade vivencia as pessoas, o ar. Neste instante tudo está perdidamente junto e unido. Hoje o vento está transbordando tudo, transportando os poemas jogados ao vento. . .
Todos os pensamentos jogados, e as memórias entrelaçadas com as ações.
Tudo se pensa, tudo se faz, tudo se encontra e se mistura.
Saciando os desejos com os sonhos e pensamentos. É como se na memória a vida vivesse mais.
E é como se hoje, a vida, fosse qualquer momento, na mente, ou na pele ou no tato,
É como se a vida fosse qualquer dessas coisas que se tornam, de algum modo, vida.
Sem medo, sem temor. Apenas misturados com o hoje, tão hoje e tão certos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

me escondo em marte. . .

Eu ainda não estou totalmente preparada. . .
Pra viver.
O sol lá fora ainda é muito forte, e ofusca minha retina, aquele ar, misturado com tantas pessoas. A realidade e solidez dos objetos, da natureza, das pessoas. . . ainda é muito forte para minha irreal realidade. Eu não sei se, se eu sair da porta, saberei voltar. Assim, tudo ainda é um ar velho muito novo de vida. Se eu sair, pode ser que eu saia também de mim. . .
Se eu sair poderei me acostumar. . .
Como os outros, como a vida, como os rios parados, ou os mares com marés altas, sempre fazendo seu papel. . . sua rude rotina de um papel já pré-visto.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

algum lugar

Todos os meus refúgios e esconderijos estão trancados, fechados com correntes e cadeados.
E eu penso apenas em mim nesses momentos de solidão e soluços
Eu corro pela cidade, e cada esquina me põe a um lugar desconhecido
Desorientada, desacreditada, debruçada no chão duro das ruas sem destino
E sem destino algum eu sigo por tantas e tantas outras ruas
Procurando um chão
São sempre as velhas tentações que me vem a mente. . .
Meu estomago vazio, embrulhado de lágrimas
Desacredito. . .
Mas vejo o horizonte logo ali, seguindo a minha vista
Extasiada, estática e inerte, sigo na direção do fim
Procurando agora horizontes
Tão distantes quanto meus abrigos.

sexta-feira, 13 de março de 2009

úteis inutilidades

Os pensamentos que me acompanham dia e noite e não suportam simples contrariedades, buscam um norte... Uma direção não apenas de, por vezes, sair da minha boca, mas se fixarem em minha vida rotineiramente e com algum destino. Pensamentos que são acompanhados por imagens, amplitudes... E de tempos em tempos eu preciso RECICLÁ-LOS, fazer de velhas idéias um novo tempo, fazer dos pensamentos inúteis um aliado, para que assim eu esqueça as outras coisas. Alguns pensamentos se repetem apenas para, bom, eu não sei... Não é sempre que eu posso ou consigo controlá-los e entendê-los. Mas a cada segundo que passa eles vão embora e logo seguem novos. . .

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O nada

Tento me concentrar. O barulho dos carros, da vizinhança, do choro da criança, me tira do sério. Hoje em dia acho que o silêncio é algo raro, raríssimo, quase que inexistente. E hoje eu tento escapar de tudo. Quem dera não pensar em nada por um instante, quem dera não ouvir por um instante o barulho dos desesperados por rotina, o barulho de cada segundo tão pesado no ponteiro que passa tic-taquemente no relógio. Quem dera me livrar dos passos pesados dos pés, que enfrentam a rotina dos caminhos tão longos. Hoje o silêncio era bastante, hoje o nada me traria o instante mais esperado. Mas o nada sempre espera ser algo. As pessoas criticam o nada, porém, algumas vezes o nada é muito mais importante, agradável, completo que qualquer outra coisa. Não existe nada que procure o nada. Todos estamos rodeados por canções, barulhos, pensamentos, conversas, discussões, desejos, ou seja, sempre a procura de algo. Sempre se espera algo, e hoje eu também espero. Espero preencher minha mente, minha intuição, apenas de silêncio. Mas o silêncio é raro. Alguém sabe como posso me esvaziar, me sentindo assim, completa? Porque eu gosto da idéia de que o nada é tudo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Fragmentos


Eu sei que você suspeita, mas acalma esse andar incerto! Acalma a dor do que talvez nem sequer supõe existir... É medo, mas é também vontade...Cada volta que eu mesma dou, duvidando dessa sala real, cortejo memórias de coisas inexistentes, de coisas pensadas, duvido da duvida, penso por pensar, esse hoje me traz agonia. Bom que o amanhã logo chega...
 
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