quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O nada

Tento me concentrar. O barulho dos carros, da vizinhança, do choro da criança, me tira do sério. Hoje em dia acho que o silêncio é algo raro, raríssimo, quase que inexistente. E hoje eu tento escapar de tudo. Quem dera não pensar em nada por um instante, quem dera não ouvir por um instante o barulho dos desesperados por rotina, o barulho de cada segundo tão pesado no ponteiro que passa tic-taquemente no relógio. Quem dera me livrar dos passos pesados dos pés, que enfrentam a rotina dos caminhos tão longos. Hoje o silêncio era bastante, hoje o nada me traria o instante mais esperado. Mas o nada sempre espera ser algo. As pessoas criticam o nada, porém, algumas vezes o nada é muito mais importante, agradável, completo que qualquer outra coisa. Não existe nada que procure o nada. Todos estamos rodeados por canções, barulhos, pensamentos, conversas, discussões, desejos, ou seja, sempre a procura de algo. Sempre se espera algo, e hoje eu também espero. Espero preencher minha mente, minha intuição, apenas de silêncio. Mas o silêncio é raro. Alguém sabe como posso me esvaziar, me sentindo assim, completa? Porque eu gosto da idéia de que o nada é tudo.

2 comentários:

Willamy Alves disse...

Tá lindo amor, assim como tudo q vc faz!
te amo poetisa

Sahra Karolina disse...

ta tudo muito lindo!! =)

 
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